sexta-feira, 20 de junho de 2008

MANIFESTO SERIGY

(m)Eu MANIFESTO

Vivemos numa sociedade bastante diversificada. Nós, brasileiros, somos exemplos vivos da mistura expressa através da miscigenação, dos falares, das músicas etc., possuímos um arcabouço imenso de cultura e, no entanto, o que vemos é uma pasteurização do real poder do nosso povo: há um esforço contínuo e velado em subjugar e subestimar a maior parte possível da população promovendo o não-conhecimento de nossa raça, raiz, e mormente de cultura, ou seja tudo o que faz com que um povo possa ser livre para fazer suas escolhas. O que vemos são diversos discursos extremistas que falam disfarçadamente "ou você está conosco ou não vemos que você existe" permeados de pensamentos vazios e estéreis. No nosso nordeste a coisa não é diferente, a valorização extrema de temas que transformam a vida numa ação previsível é desconcertante.

Por isso houve um momento em que nos apresentamos cheios de perguntas. Queríamos saber. Questionamos. Uma história se constrói a partir das dúvidas. Foi pela curiosidade que grandes maravilhas se deram, foi por não entender que povos se encontraram, foi por questionar que a calma se construiu. Você, que é índio, que é branco, que é negro surgiu da dúvida. "O que é aquilo?", "Quem são vocês?", o que somos nós? Somos brasileiros. Somos uma dúvida?

Alguém – pronome indefinido por nós – já com certeza afirmou que a língua(gem) é TUDO, e EU, na condição de sujeito polifônico, reafirmo que ela movimenta o mundo, que passa pelos mais variados espaços, distribuindo a força e o vigor para a evolução das espécies darwinianas e das não ainda determinadas, participando deste processo de desenvolvimento, inclusive. O mais verdadeiro fenômeno. É na (em+a, dentro) comunicação que a língua(gem) está circulando, num pulsar contínuo, nonstop, sem pausas:

A comunicação liga a língua à cabeça ao tronco à mão aos membros que constroem uma nova realidade e que não têm interesse desesperador de buscar o ponto do fim(.)

Porém vemos que a comunicação vem sendo obstruída, num processo de entupimento no qual o poder que as duas (língua e comunicação) têm está sendo colocado em segundo plano, dentro da mochila, em cima da cama... E enquanto isso você vai dirigindo para a sala de jantar.

Então você aprende O Processo: Precisa-se de livros. Livros se transformam em necessárias Xeróx. Xerox se convertem em úteis papéis. Papéis então tornam-se queridas poeiras. Até o instante em que ocorre o oNoMaToPéIcO: você espirra. E porque te incomodou, olha, decodifica que não serve: VOCÊ joga fora. E TUDO virou pó.

Tudo virou história...

Os índios não entendiam os brancos, que não entendiam os negros, que formaram o Brasil. Assim vai-se indo. Assim a história vai indo. Tudo vai virando história. Aquela que passa por nossos olhos, que nós admiramos, que aplaudimos, mas que não abre espaço para a questão, para a dúvida: onde se está nisso tudo?

Você já se perguntou onde está? Está fazendo parte da sua história? Você está se perguntando? Quem é ELE que está me perguntando tal coisa?

Eu faço parte de um grupo que está aqui para de alguma forma desarrumar certa história. Chame-nos de pretensiosos, diga-nos tolos, responderemos: Queremos mudar! NÓS desejamos brincar de discurso indireto livre! Porque sentimos que pelas colunas rígidas dos temp(l)os há ainda o sopro do novo, de um curumim que corre por não sei onde, em direção a lugar nenhum, mas que durante seu trajeto grita, sorri, incomoda bastante e bastantes vezes quem está todo teso dormindo, que se diverte em irritar o letárgico, pois o convida – sorrindo com seu rosto pintado de criança – a mostrar que seu grito é um chamamento, pois ele tem ciência: sem o outro ele só é um signo vazio, inútil. Esse curumim-erê sabe também que há pessoas que querem falar, há gente que fala e ambas sofrem por isso. Chega de sofrimentos. Ele te convida. "Não chore ainda não". Há um refúgio:

SOMOS O GRUPO SERIGY.

Ah! E para aqueles que nos considerarem oportunistas, que se apropriam da imagem do "pobre" índio... Oh! Oh! Oh! Responderemos numa pergunta de (e pra) fundir cuca: Se a poesia existe nos fatos, "tupi or not tupi"??? E alguém, lá do fundo, dirá: "Decifra ou degluto-te!"

E em homenagem a Vossas Santidades Cânones do Brasil, vamos devorar Sardinha, e escutar Adriana Calcanhotto antropofágica comendo. Caetano. Vanglórias e mais vanglórias para o Passado. Até que Sergynho sorri: VOCÊS são o Passado, mas não são mais o passado, afinal, ele já (Responda abaixo):


0 0 passou

1 1 passou

2 2 passou

3 3 passou

Acredite. Depois da questão de conhecimentos acima, será feita a contagem para sabermos se você foi aprovado para o ingresso na aldeia do Serigy. Uns meses de angústia, afinal, não matam ninguém, espelhe-se no século XIX: houve males piores. (Enquanto isso, apresentaremos a você Madame Pommery que vem de braços dados com um enfezado Alencar para o nosso jantar. Vai começar o ritual: Parampampam pampaaaaaam! Ladies and gentlemen: Mr. Camões é o primeiro ídolo. Ou seria o ídolo primeiro? Luzi as pratas da coroa! Para os nada religiosos foi convidado Vieira para discursar e ensinar o que é religião de fato, enquanto todos de

liciam o suculentos caranguejos – servidos como entrada – pescados na longínqua Manguetown. Não se preocupem, não convidamos para o mesmo recinto, que está o sacerdote, Oswald, é claro! E não poderia faltar, nosso devotado cicerone, ele: Machado de Assis, o cara que dispensa comentários. E, pra servir os quitutes, ela: Bertoleza, com toda sua graça de mulher brasileira, pois não queremos mais uma "beiçuda" Tia Nastácia. Preferimos Rita Baiana ou a Fulô. Mas há espaços na mesa, ao lado de Isaura, para Cecilia e para Carolina. Iracema assiste a tudo lambendo seus lábios de mel. Mário acha que a "imaculada" está com fome... Ele vai comê-la. (Oh! Holly Hitchcock!)

Enquanto isso todos es

peram ansiosamente pela apresentação dum auto de Gil Vicente programado para exatamente às nove horas da tarde, uma nababesca obra regida sob a batuta do lânguido Sargento Pimenta. Começa a apresentação. Militares enfeitados, celebridades de plástico, parlamentares sujos de pizza, santas entidades rebolam ao som de Being for the Benefit of Mr. Kite. Mariana Alcoforado suspira.Um primor!

Chega Bilac. E é emocionante a cena do príncipe encontrando o grande rei lusitano e logo o Lácio se encerra no juvenil peito do nosso querido adorador de vasos gregos. A comedoria prossegue.)




Eis que surgem as pratas da casa, estampados como outdoors anunciando a próxima aquisição pra vc colocar na sala de jantar – Isso mesmo vc!!! Soletre: V-C! Vc também será aceit@ nesta aldeia. Uma diferente aldeia global. Em que Letras não sejam apenas letras. No more Paranoids Androids correndo ao som de Clocks. Queremos participar da patuscada: uma sopa de letras, de jovens estudantes de letras, letras dissolvidas e assimiladas por Letras. Onde ouviremos Gil cordelizar: Conexão, conectividade, conectar, com néctar! Tudo numa banda ancha de brasileiros que não se esquecerão da rosa, que in the end, only kindness matters! Que cada alma debe cautivar y mantener siempre la ternura: Simplement: la Tendresse qui vole en les ailes dun espontainé papillon, que existe dedan de vous, pouvez arriver a quelqu'un persone ou lieu!

Nesta aldeia é inenarrável e imprescindível apre(e)nder que é preciso inferir e que A LÍNGUA SE DESENVOLVE.

Pensamentos
Estruturas
Nomenclaturas
Sociedades
Escolhas

TAMBÉM!

Vamos, infira. Com força! Junte-se a nós. Qual Sergynho, deixe que as ondas da sua cabeça reverberem e se unam às nossas e que ELAS, metaforicamente poderosas, ecoem pelos corredores para tornarem-se metalingüística pura e aplicada. Proponhamos uma nova linguagem! Vamos fazer com que nossa estada na Universidade traspasse o substantivo e se torne VERBO forte e eficaz. Façamo-nos presentes, trabalhando, produzindo, criando textos, que serão laços que nos farão estar sempre ligados a essa fase tão única e máxima de nossas vidas. Vamos viver a Universidade. Vamos viver nosso curso de Letras. Agora! "Olê Olá"!

PRESTE ATENÇÃO. RELEIA O MANIFESTO. TODAS AS PESSOAS ESTÃO CONVOCADAS!




Aju, junho de 2008

:P

sábado, 7 de junho de 2008

E no início eram Serigy e sua trupe vendo uma ruma de pano chegar, “que era aquilo?!” Não pensou ele, pois alguém já estava sorrindo para outrem. Talvez a Caipora, talvez fosse o Curupira o que estivesse indo na direção daqueles que na frente diziam: Ordem e Progresso! Signos e Símbolos! Zeros e cifras! Não, ele não entendia... Apenas que se era a caipora correndo, ela estaria voltando, ou indo porque não se via direito e... (Vieira arria e traduz para nós) “NÃO!” - Irrompe Von den Steinen e germanicamente grita: “Ama!” ERRADO: CAIPORA É DOS TUPIS, serigy NÃO É TUPI, DESTE MODO NÃO LHE É AUTORIZADO ESTE TIPO DE APROPRIAÇÃO! “Como não?” – grita Oswald. – “Direi eu que é isto o que nos unirá para não nos destruir...” e volta o alemão a gulturalizar enquanto o então paulista lhe mostra então que é melhor deglutir sua sapiência. Serigy na confusão. Chega, empunhando um livro de anotações, um reforço de além-mar reforçando o papo dos signos e símbolos e exala “Fermé!”. -Ajuda-me Vieira (!!!)- Fechado. Estou com a moeda, não sou o vilão, mas estou com a moeda. E A LÍNGUA SE DESENVOLVE.

Pensamentos

Estruturas

Nomenclaturas

Sociedades

Escolhas

TAMBÉM!

Instaura-se a Ordem. Duma viagem, caravelas estão prontas para desembarcar. Serigy ainda atônito pensa se está vivo. Não entende o porquê daquilo até que antes de arribar, Vieira vem e esquecendo que não é bem-vindo no momento, que ali não é seu lugar, tenta, sem metáforas, ajudar o nosso herói e lhe explica que estamos em 68. Mas Serigy não sabe o que é nem “6” nem “8”. Vieira novamente lhe diz que ele deve pensar, mas Serigy não entende. O que ele entende é que sua terra está sendo tomada por alguma coisa diferente, mas mesmo assim ele ainda não se dá conta. Oswald boqueja com Vieira: “tupi or not tupi?”. E a Europa entra em combate num campo de batalha canibal. Parte fraca contra parte forte. Olha a faca! Uma faca incisiva numa fé amolada.

Serigy

corre

corre

corre

A este tipo de batalha ele não está acostumado, então vai, olha pra frente, pro lado, avança , desvia, segue, pula arbusto, abaixa do galho, avista, se sente atraído, se aproxima, trepa, pula, corre, olha pra trás, sente medo. Pára.

Ele então entende que não entende porque ele não é ele. E aqui a entonação faz a diferença. SERIGY é HISTÓRIA. Precisa se reinventar. Mutante ele profere as palavras mágicas:

Top

Top

Top

Uh!

Agora vem ele: Sergynho. Mas ninguém o conhece.