Nós somos metal, raio, relâmpago e trovão

Não poderia deixar de começar essa nova semana que se encaminha sem falar do quão nova ela se mostra a mim. O post de hoje será meu, de Pablo. Na sexta-feira última, dia 08 de maio, aconteceu uma coisa que jamais irei esquecer: a Chapa Serigy venceu as eleições ao Centro Acadêmico de Letras. O que me deixa feliz não é necessariamente a frase anterior, mas sim o que está nas entrelinhas, o que se pode interpretar dela: O Grupo Serigy venceu e com ele todos aqueles que acreditam na justiça, no trabalho limpo, às claras, livre. Sim, o processo foi tumultuado, eu mesmo durante vários momentos fraquejei porque estava cansado, cansado de lutar, organizar, construir e não conseguir, cansado daquele sentimento de nadar e morrer na praia. Ano passado sofremos muito. Durante algum tempo em 2008 passamos várias horas juntos, nós do Grupo Serigy, montando propostas, discutindo bastante (de todas as formas boas e ruins que estar em conjunto promove), pois não estávamos satisfeitos com aquele que deveria ser o nosso lugar de representação, e de ação, fechado e mal administrado: o CAL. Propusemo-nos então a fazer diferente naquele lugar e deixar de lado as críticas vazias e partir para o trabalho. Totalmente crentes numa mudança diversa daquelas dos políticos da televisão, nós caminhamos... até que veio os da politicalha. Numa atitude covarde e inconsequente, manipularam o processo de maneira que toda sua corja - adepta desse tipo de comportamento - se sentiu à vontade em executar seus costumeiros atos patifes de conduzir verbalmente pessoas a votar (no dia do pleito), chegando ao cúmulo de "puxar pelo braço" - frase característica desse tipo de pessoal, a juventude pseudo-política do nosso estado -. Resultado: perdemos a eleição, e eu perdi muito mais. Não se tratava apenas de ocupar um espaço, era um sonho coletivo, de um grupo interessado que, em parte, se desmanchava. Eles roubaram isso de nós para, posteriormente, ratificar o que todos já sabíamos: o Centro Acadêmico, mais um período, não funcionaria. E o ano de 2008 foi passando. Novamente, sentamos para construir e o fizemos, resultado foi a nossa querida I SEC-UFS. Um orgulho, visto que se tratou de um evento pensado por estudantes para estudantes. Porra, funcionou! Foi demais. O Grupo Serigy ganhou, não uma competição, ganhou por tudo o que construímos, pelo que fomos valorizados, pelas amizades que foram consolidadas e por não termos desistido de estar unidos tentando quebrar o que o "Sistema" impunha.
2009. Tentamos mais uma vez o Centro Acadêmico, pois notamos ser preciso também a representação institucional para levar nossos projetos, enquanto GS, adiante. Mais uma vez, colocamo-nos a realizar um trabalho diferente no CAL, que estava desarticulado e nada representativo - reflexo da construção fajuta do embuste que foi a chapa vencedora do pleito de 2008 -. Tudo ia bem, organizamos as idéias desde o começo do ano (somado à experiência do ano passado), até que regressaram os mesmos articuladores nefastos do ano anterior. Antes daquele momento eu estava bem, acreditando nesse ano, que finalmente poderíamos estar no lugar que desejamos tanto. Quando vi uma das harpias com um envelope contendo os nomes de uma chapa feita numa noite o mundo desabou na minha cabeça; a questão não era ter concorrentes, mas, me perguntava, "por que eles de novo?", não entendia, tiveram a oportunidade, não fizeram nada e tendiam a repetir o feito de maneira hipócrita. Meu problema maior nem era o CAL em si, no caso, estar nele, pois o Grupo Serigy sobreviveria sem necessidade de estar lá, mas sim com o tipo de juventude que nós temos tão cedo embrenhada na sujeira da politicalha, daquele tipo que nem sabe por qual razão está ocupando espaços, com intuitos nada nobres e se interessando em arrebanhar e iludir pessoas para fazerem parte da lama imunda em que chafurdam. Eu estava desapontado com aqueles que representam parte das forças estudantis da minha geração... aconselhado por meus amigos, fui mesmo assim. A campanha colocou-se intensa para alguns da chapa nossa, confesso que não atuei tanto quanto gostaria, mas estive por perto. Eles, da outra chapa, tomaram por vencida a eleição (ou não ligaram para ela) e nem se dignaram a comparecer aos debates, às passadas em sala etc. Nós, da Chapa Serigy, fizemos tudo, e de forma limpa - o que me orgulha muito -. A resposta veio então. NÓS, FINALMENTE, CONSEGUIMOS O CAL. As pessoas observaram nossa história, confiaram em nós. E uma nova história está por ser escrita...

QUERO AGRADECER A CADA UM DOS QUE ESTIVERAM COM NOSSO GRUPO, MAS, PRINCIPALMENTE, A MAGNO, QUE EM MOMENTO ALGUM MOSTROU DESÂNIMO OU DESCRENÇA E MOTIVOU TODOS A CONTINUAR NA LUTA.

AGRADECER À PROFA. MARIA JOSÉ, QUE NOS ACONSELHOU E ESTEVE CONOSCO EM TODOS OS MOMENTOS. FOI COM ELA QUE ME ABRIA NAS HORAS DE DESENCANTAMENTO COM A MINHA GERAÇÃO.

A LEE E AO PESSOAL DO MRL E DO PSTU QUE ESTIVERAM CONOSCO, FISCALIZANDO, TORCENDO E NOS APOIANDO NESSA LUTA. DESMISTIFICANDO EM MIM ALGUMAS COISAS SOBRE A JUVENTUDE MILITANTE DE SERGIPE.

E A TODOS VOCÊS QUE CONFIARAM NO GRUPO SERIGY - INCLUSIVE ALGUMAS PESSOAS DA CHAPA CONCORRENTE - PARA DIRIGIR UM DOS CENTROS ACADÊMICOS MAIS FORTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE. GOSTARIA DE LHES DIZER QUE, PELO MENOS DA MINHA PARTE (E SEI QUE É ASSIM COM TODOS DA GESTÃO), FAREI DE TUDO PARA FAZER HISTÓRIA NO NOSSO CAL E COLOCÁ-LO NO LUGAR DE DESTAQUE AO QUAL ELE SEMPRE ESTEVE ACOSTUMADO. É UM ORGULHO PARA MIM, NESSE ANO DE CONQUISTAS, TER MAIS ESSA COM VOCÊS.

EU ACREDITO NO COLETIVO. CREIO QUE A GENTE PODE FAZER TUDO, QUE A GENTE DEVE QUESTIONAR E, MAIS DO QUE ISSO, CONSTRUIR!

OBRIGADO A TODOS AQUELES QUE PARTICIPARAM DESSA VITÓRIA!

Esta é a tradução de tudo o que estou sentindo:

I

Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição,
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra tem a lua, tem estrelas
E sempre terá.

II

Quase acreditei na sua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa.

Quase acreditei, quase acreditei

E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão...

III

É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez, o que destrói

Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes,
O corpo quer, a alma entende.

Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.

Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal, me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar
Tenho, ainda, coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então.

IV

- Tudo passa, tudo passará...

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.

(Metal contra as Nuvens, Legião Urbana)

OBRIGADO, MEU DEUS!

PaBlO
Grupo Serigy

QUESTIONANDO E CONSTRUINDO!